sábado, 31 de dezembro de 2011

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Racismo institucional como instrumento mantenedor das desigualdades raciais

Esse texto tem como objetivo provocar um importante debate a cerca das relações raciais defendendo o argumento de que não existe democracia racial em nosso país e que o racismo institucional promove e mantém as desigualdades existente entre brancos e não brancos sobretudo os negros e negras.

No Brasil ainda tratamos de formas incipientes as questões das relações étnico-raciais. Incipiente no sentido de algo que parece estar sempre começando, iniciando sem muita maturidade, como algo que entra e sai da pauta do debate político ou ainda pior, a discussão sobre as questões das relações étnico/raciais é negligenciada e muitos até ignoram sua relevância e suas especificidades. Assim, temos um debate que não avança, pois de um lado está o movimento negro que ao longo da história tem sido capaz de puxar a discussão e dar visibilidade, do outro tem grupos e instituições da sociedade que procura desqualificar o referido debate.
A discussão sobre as relações étnicas e raciais se dá de forma pluri conceitual, pois existem algumas concepções e termos que causa diversas discordâncias entre os vários segmentos envolvidos nessa polêmica, no entanto algumas delas se destacam temos uma que defende a existência de uma democracia racial tendo como base a concepção do Gilberto Freire que é influenciado pela escola culturalista da antropologia de Franz Boas e ao mesmo tempo o fato de estabelecer como parâmetro o racismo desenvolvido nos Estados Unidos segregacionista e violento.
Os adeptos dessa vertente afirmam que no Brasil existe uma convivência pacífica e cordial entre brancos e negros. Essa teoria segue alimentando a tese que defende a não existência de conflitos raciais entre esses dois grupos, dado ao processo de miscigenação, e a existência de um intercruzamento racial que denota um convívio tranqüilo, pois historicamente a Casa Grande e a Senzala foram espaços transitados por esses dois grupos de forma cordial e amistosa.
“O que venho sugerindo é ter sido quase sempre, e continuar a ser, esse preconceito {,} mínimo entre portugueses {...} e brasileiros, quando comparado com suas formas cruas em vigor entre europeus e entre outros grupos. O que daria ao Brasil o direito de considerar-se democracia étnica como a suíça se considera - e é considerada – avançada democracia política, a despeito do fato, salientado já por mais de um observador, de haver entre os suíços não raros seguidores de {...} ideias políticas de anti-democracia.”